segunda-feira, 15 de junho de 2009

Que corre dentro

Eu tenho uma grande paixão que corre como um grito no meu peito
Soubesse eu dizê-la, mostrá-la
e todo o mundo se afundaria
na coisa que arrebata o peito num impulso
na paixão que me inunda o ser
Ser mais nuvem que as nuvens
mais mar que um copo de água
mais tonto que a embriaguez de te ver
Não fosse a pele o que te veste
e o meu coração o que te vê
que por mais que vistas
por mais que corras
por mais água que encha o teu copo
hás-de sempre o meu peito arrebatar
cansado ele de te ver
dentro dos olhos que me cegas.

Eu tenho uma grande paixão que corre como um grito no meu peito
Um dia o grito vai fugir
e ao meu peito irá morrer
toda a vida que em mim correu.
Que em ti ficou.
Que nos meus ossos implantou
o teu ser mais que o mundo
o meu ser mais que o mundo
o meu partir sem jeito
o teu ficar no peito meu.

Que a minha partida há-de ser dura
não tivesse eu este grande grito
no peito que é teu, do nosso menino
do tempo que me corre por entre os dedos das mãos
fechadas contra as tuas
sobre o mar
sobre a terra dos nossos olhos
onde um dia, de ti, escrevi
Eu tenho uma grande paixão que corre como um grito no meu peito.

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