quarta-feira, 27 de maio de 2009

papel

o




terça-feira, 26 de maio de 2009

Ai sim?
Quando estiver a morrer não vou ter força para falar, aposto.

Barriga cheia, peito dor, garganta torcida

Impastado de asfalto, terno, morno, o tempo sobrevive ou sobrevivo-lhe eu a ele. Mais isso do tempo sobrevivente é que afinal é ele que. Apodrece a fibra com a humidade do pano. Tempo. Apodrece-me em cima, torto a raiar de. Silêncio entre os dedos em que arranco as peles num olhar projectado ao plano do chão, aos dedos. Mas nem preciso de os olhar que o acto já é tão sólido, tão próprio, tão. Não chego a arrancar porque me falta a força e por isso não há sangue, desta vez. Que dedos feios. E cara e expressão e. Merda.

domingo, 24 de maio de 2009

Oh, deixa-me estar.
Levas já uma bofatada
Os invasores chegaram.


Chuva de sete minutos

Contas-me o que a chuva te dá ao bater-te em cima da pele na fúria da queda livre, mas o teu coaxar é música aos meus ouvidos quando sei que me cantas as palavras que não ouço.

sábado, 23 de maio de 2009

Eme

Deitei-me agora, nu livre teu, abraçado à camisola que te vestiu hoje que por mais que vestisses me eras sempre menina minha nua livre tua que te vejo nua toda, deusa dos meus olhos, sempre. Abraçado ao que resta de ti que me toca a pele me fura me furas o peito me entras por ele adentro senhora dona dele. Mulher, minha mulher que me rasgo em ti aos pedaços te rasgas em mim e nos sabemos mutuamente como se não precisasse de te dizer de me dizeres como se rasga. Embrulho-me nela, na réstia do teu cheiro que me bate o coração com um peso e calor, calor me sinto quente para ti, te aquecer, ser o teu forno de inverno e primavera. Cama. Espero-te numa impaciência que me revira o sangue em sentido contrário nos vasos. Espero-te, livre.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

- Soueu (tu)

sexta-feira, 15 de maio de 2009

h-h-h-h-h

Aaa wiiii hihiiiiii te tradre buuummmm

Eu eu eu eu eu não vou dizer nada
nadanadanadanadanadanada
porque não preciso de mais nada dizer nada
que me esventro aos trambolhões
e e e
me saltam os olhos raiados das órbitas planetas satélites estrelas
asteróide que atinge
me aflige os músculos do riso sorriso bum

!




Tu

terça-feira, 12 de maio de 2009

Nuvens de ti

segunda-feira, 11 de maio de 2009

< > (Les bouches)





















Fotografia da Mónica

Anti-metáfora

É assim que as coisas começam
Porque que é que dizes essas coisas, porquê A tarde inteira, uma tarde inteira que eu passei sozinha, com a tua visita, sozinha com a tua visita, sozinha. Presença, tudo. Tua. Tu. Tu inteira que me fico sem nada depois de ires. Pequenina, criança. Que me choro em pranto sem querer. Quem me dera rir-me para ti e dizer está bem estando bem. Mas digo está bem querendo implorar-te os céus e a terra para que fiques comigo. Mas tu ficas em mim semigo e ficas em mim em mim, sempre, ficas sempre em mim, és estás vives em mim e é tão difícil, é tão difícil quando não hás comigo. Estás em mim e eu não tenho a certeza do que te fazer porque não falas não me olhas. Falo-me eu por ti, olho para como me olharias e
sou uma criança, na dor da partida. É assim, vai ser sempre assim.
Mariquinhas.
Para quê Vai à procura de quem é forte e grande.
Uma tarde inteira sem intrusos. Segunda-feira.
Venho-me morrer aos últimos minutos de hoje. Seco, neutro, calmo, silêncio

domingo, 10 de maio de 2009

Lama

Deixa, deixa-me em paz que eu sei que devia ser mais mas
Eu não posso ser tudo, tenho que ser mais, ser tudo. Não posso, não consigo e deve doer-lhes. E dói-me a mim quando me lembro que me lembro quase todos os dias e quase todos os dias faço o mesmo sou o mesmo sou nada de tão pouco tanto para ela que me estende o brilho ao olhar ou às vezes até nada para ninguém. É terrível, é tão terrível ser como eu. Porque tinha eu que ser assim Não tinha, fiz-me assim, fizeram, tive que ser. É triste, é tão triste e eu sei que é. Se ao menos eles fossem uns quaisquer, mas são tudo menos isso e eu continuo, cobarde.
Vou por aí ser tudo, ser a terra que a enlama de doçura e regresso ao fim da jornada no cansaço de lhe ser mais, caio nos braços da cama solitária, larga mal usada, quase sem lhes ver o rosto o sorriso que pouco trazem, a força com que me deixam ir, a ti e ao descanso que tem sido doloroso. Miséria, que miséria de filho me formei. Regras quebradas ou quase inexistentes, algumas, que não são impostas. Também assim o faria, se um dia fosse pai. Vai atrás daquilo que te é importante, daquilo que te dá vida, daquilo que és, com quem és. A dor de ver partir, de ver chegar quase sem chegar, de desejar que nunca tenha partido ainda que lhe tenham conferido as asas para poder voar.
O amor.
Mas é assim que tem que ser: o estar e não estar; as visitas; o estar entalado pelo tempo; o nunca mais voltar a ser pequenino.
E eu quero tanto ser-lhe o mundo.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Dizes que vejo mal

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A varanda virada para o

Praça da Alegria na >cozinha















































































Pedra, aço inox, papel e luz, dimensão variável

Hoje queimei-me com uma lâmpada e fiz de conta que não doeu para não parecer mariquinhas.

Deixaste a caneta em cima da mesa. O ganchinho. As garrafas. O fôlego e o coração em minha guarda.

Vai-e-vem

Vais embora mas insistes em ficar. Se ao menos fosses. Mas não vais nem por nada e eu só queria que ficasses. Só queria que voltasses no segundo seguinte em só teve tempo de me cair uma lágrima no meio da poça da saudade, só uma e o elevador desce e desce e pára e eu só queria que voltasse a subir sem teres tido tempo de sair. Outra vez. Entras e dou-te tudo o que tenho. Vais. Vais mas ficas e se tu soubesses como ficas Se soubesses. Nem eu sei. Nem ninguém saberá porque ficas tão para além de tudo. Nas paredes, no ar, no cheiro, no calor, na baba que me cai porque me descontrola desola a tua permanência vazia. Silêncio. Para sempre. Não sais, não vais, não vás. Abandonas-me. Ficas e voltas. É assim que os ventos morrem pelo caminho e se tornam na brisa leve que já nem corre. É assim que vivo. Afinal. Derretem-se os pés ao sol. Queimo-me mais uma vez. Das minhas mãos de inverno saltam-se as veias e o sol morre-me na pele coberta de empecilhos. Hiberno no meu inverno. O soldado prende-me a garganta como se me quisesse ver fechar os olhos que fecho e tudo se ataca por dentro. Acabou.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Pica-me sem eu saber

O passeio da Lily