sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

The spider, the mistress and the tangerine
Louise Bourgeois
Comia-te a voz e o lenço
comia-te a voz
comia-te a voz
comia-te a voz
comia-te a voz
comia-te a voz
a voz
a voz

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Carne com carne.
Como é que ainda não deste conta?

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Espero

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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O tempo escorre pela minha boca, o tempo escorre por todo o lado, o tempo baralha todo o lado

Mulheres, por mim se movem, pela boca me escorrem, como se fossem tempo, por dentro do tempo

Em mim se encravam, de noite me entalam, sem tempo

Num espaço infinito, dentro de mim, não há tempo.

ªªªªªª

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Fotografia da Sofia

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Isto nunca vai acabar.




É incrível... *sopro forte*

domingo, 10 de janeiro de 2010

( )

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Enchamo

Por mais duques que venham,

de entre duquesas ou ursos,

o segredo há-de persistir.


Mantê-lo é querer explodi-lo contra as paredes

num som que de nada serve

mas que muito diz.


Resisto e não vou

porque não posso, porque vos vou matar

me vou morrer.


Registo como quem não quer ser visto a olhar

e disto me esqueço quando me for deitar

longe de um corpo e perto da terra, tão perto.


Tão perto que me enraízo

me enraízo

me fulmino,

enchamo,

cremo,

vos chamo

amor e nós.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Campo de trigo

Se eu fosse emoção e sensação

partia-te a cara em dois

queimava os dinossauros sem que ardessem

e sentava-me ao cabo da mesa a pensar.


Sendo eu emoção e sensação,

deixo-te a cara intacta

não te toco nem cheiro

não queimo demasiado porque os pulmões não se me aguentam.


Porque sou emoção,

comove-me o tempo

e porque sou sensação,

contrai-me o espaço.


Se eu fosse emoção e sensação

sentava-me ao cabo da mesa

olhando-te como quem te vê

fugindo como quem quer ficar.


E não me venham com muito conceito

muita palavra mal amanhada

encruzilhada querendo ter muito sentido

e razão.

Da palavra vivo, mas nunca sem a sensação do espaço

e a emoção do tempo.

e se não é por aqui que se encontra a vida,

há muitos becos por onde virar.

Virai, virai,

dinossauros mortos


sem loucura

sem ardor.

domingo, 3 de janeiro de 2010

S

Ser poeta é mentir

e por isso minto

minto

minto

não por ser poeta,

mas por não poder dizer que não minto.


Tanto sentir me resvala no peito

que dava para construir um novo

mundo de raiz,

contrair o norte e o sul:

opostos que me norteiam o sangue:

verão e inverno;

que me agradam os equinócios

mas afinal é pelos solstícios o fascínio.


Comoção interior

cabeça de ser,

sensação mor, emoção insigne

morte adversa

vida mais


o tempo é espaço

todo o espaço é mundo no meu espaço

todo o tempo me corre na cara

e com a cara minto sem mentir

porque o segredo pode ter chegado.

Para nós: amor de espaço

sem ser poeta, sem mentir,

sem segredo contado,

não vá o tempo curá-lo.

“mas devo confessar:
sinto falta de agarrar umas mamas„