sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Um dia tive força para derrubar tantos muros quantos os que me apareciam à frente. Agora tenho força, tenho tanta força e nenhum me aparece à frente que eu queira derrubar. Aqueles que valeriam a pena derrubar não existem e no lugar desses está um inderrubável e inexistente. Não sei viver sem muros para derrubar. Eu aqui entediado de solidão e o soldado a dormir perto de um pântano à espera que o inimigo dê sinais de vida. Esqueci o trunfo e saíram-me três duques. A dama de copas fez renúncia. Diabo para as damas.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

"Everyday you have to abandon your past or accept it and then, if you cannot accept it, you become a sculptor."
Louise Bourgeois ( 25.dez.1911 - 31.mai.2010)

domingo, 16 de maio de 2010

ainda falta muito?

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e eu a ver

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sábado, 1 de maio de 2010

E quando bate por iniciativa, bate sem poder bater.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Estava na cozinha e a sua lembrança trouxe-me o peito de volta.

As tropas voltaram à carga, lá fora. Consigo ver o soldado lá

no meio: o coração voltou-lhe a bater. Ainda não sei quantos

vales faltam passar, mas ele vai respirar até ao fim, até chegar,

até lhe chegar.

Eu sabia que ele ia voltar.


quinta-feira, 4 de março de 2010

Todo o espaço é exterior a mim, no entanto, todo o espaço é interior. O exterior é o não-espaço, é a inexistência por completo.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

e dançar contigo em silêncio como se soubesse dançar e...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Uuaahh

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Dentro do céu

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

E como se não bastasse, tocas com a baqueta do metalofone no nariz dele. Bati com o mundo no chão e puxei-o aos saltos para cima. Tu não me viste mas eu dei contigo a derreteres no meu sangue.

cinco dias e um milhão

Despedaças-me. Não vens. Espero-te, podendo ou não. Encarrego-me de esperas.

Sem fim, esperas.

Quase me esperas.

Ainda respiro, respiro por muito mais, mesmo para saber se sou eu que espero sem poder ou se és tu que me fazes esperar por querer.

Tanto podia eu dizer

Quem me dera poder esperar e saber que me esperarás, sempre, como te li no olhar e to devolvi achando que era eu que to dava e que mo devolvias.

E se não esperares eu não sei para onde vou. E se esperares também não sei, mas certamente me ficarás e traçaremos em milhões de linhas, quase num tecido perdido no espaço, todas as esperas que hão-de vir, dizendo-nos que os traços são apenas linhas perdidas no espaço que nos embrulham. Que me dilatam os poros, te enfeitiçam as mãos.

As esperas são longas, sempre longas mas nunca longas demais.





Faz-me querer esperar.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

tempo

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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

The spider, the mistress and the tangerine
Louise Bourgeois
Comia-te a voz e o lenço
comia-te a voz
comia-te a voz
comia-te a voz
comia-te a voz
comia-te a voz
a voz
a voz

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Carne com carne.
Como é que ainda não deste conta?

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Espero

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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O tempo escorre pela minha boca, o tempo escorre por todo o lado, o tempo baralha todo o lado

Mulheres, por mim se movem, pela boca me escorrem, como se fossem tempo, por dentro do tempo

Em mim se encravam, de noite me entalam, sem tempo

Num espaço infinito, dentro de mim, não há tempo.

ªªªªªª

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Fotografia da Sofia

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Isto nunca vai acabar.




É incrível... *sopro forte*

domingo, 10 de janeiro de 2010

( )

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Enchamo

Por mais duques que venham,

de entre duquesas ou ursos,

o segredo há-de persistir.


Mantê-lo é querer explodi-lo contra as paredes

num som que de nada serve

mas que muito diz.


Resisto e não vou

porque não posso, porque vos vou matar

me vou morrer.


Registo como quem não quer ser visto a olhar

e disto me esqueço quando me for deitar

longe de um corpo e perto da terra, tão perto.


Tão perto que me enraízo

me enraízo

me fulmino,

enchamo,

cremo,

vos chamo

amor e nós.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Campo de trigo

Se eu fosse emoção e sensação

partia-te a cara em dois

queimava os dinossauros sem que ardessem

e sentava-me ao cabo da mesa a pensar.


Sendo eu emoção e sensação,

deixo-te a cara intacta

não te toco nem cheiro

não queimo demasiado porque os pulmões não se me aguentam.


Porque sou emoção,

comove-me o tempo

e porque sou sensação,

contrai-me o espaço.


Se eu fosse emoção e sensação

sentava-me ao cabo da mesa

olhando-te como quem te vê

fugindo como quem quer ficar.


E não me venham com muito conceito

muita palavra mal amanhada

encruzilhada querendo ter muito sentido

e razão.

Da palavra vivo, mas nunca sem a sensação do espaço

e a emoção do tempo.

e se não é por aqui que se encontra a vida,

há muitos becos por onde virar.

Virai, virai,

dinossauros mortos


sem loucura

sem ardor.

domingo, 3 de janeiro de 2010

S

Ser poeta é mentir

e por isso minto

minto

minto

não por ser poeta,

mas por não poder dizer que não minto.


Tanto sentir me resvala no peito

que dava para construir um novo

mundo de raiz,

contrair o norte e o sul:

opostos que me norteiam o sangue:

verão e inverno;

que me agradam os equinócios

mas afinal é pelos solstícios o fascínio.


Comoção interior

cabeça de ser,

sensação mor, emoção insigne

morte adversa

vida mais


o tempo é espaço

todo o espaço é mundo no meu espaço

todo o tempo me corre na cara

e com a cara minto sem mentir

porque o segredo pode ter chegado.

Para nós: amor de espaço

sem ser poeta, sem mentir,

sem segredo contado,

não vá o tempo curá-lo.

“mas devo confessar:
sinto falta de agarrar umas mamas„