terça-feira, 16 de junho de 2009

Ela tem o queixo mais bonito da história anatómica humana.

Queriam ver, era? Queriam batatinhas com enguias...
Ela será a Mulher que todas elas juntas não foram. Ela há-de valer por todas. Ela irá vingar, com a força da terra no peito. Ela é uma Mulher e no dia em que desista, o mundo morrerá.

Saliva barulhenta

Hoje percebi que gosto do som que a boca faz quando se enche de saliva a meio de uma conversa e a respectiva pessoa a suga com um leve ruído para a engolir de seguida e, após uma breve pausa, continuar o discurso. No entanto, não se encontra isso em qualquer pessoa, nem será qualquer pessoa que provoque esses sons do meu agrado.
É, sou muito esquisito. Mas há alguém cujos sons me agradam particularmente. Vá-se lá saber porquê.
Se vos dissesse que nunca escrevo até ao fim e que do meu braço crescem folhas entrelaçadas em ritmos de noites dispersas, perguntar-me-ieis Então para que escreves, homem, e eu, sem vos escrever tudo até ao fim, dir-vos-ia que escrevo porque por mais que escreva, sei que ao fim não chego.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Que corre dentro

Eu tenho uma grande paixão que corre como um grito no meu peito
Soubesse eu dizê-la, mostrá-la
e todo o mundo se afundaria
na coisa que arrebata o peito num impulso
na paixão que me inunda o ser
Ser mais nuvem que as nuvens
mais mar que um copo de água
mais tonto que a embriaguez de te ver
Não fosse a pele o que te veste
e o meu coração o que te vê
que por mais que vistas
por mais que corras
por mais água que encha o teu copo
hás-de sempre o meu peito arrebatar
cansado ele de te ver
dentro dos olhos que me cegas.

Eu tenho uma grande paixão que corre como um grito no meu peito
Um dia o grito vai fugir
e ao meu peito irá morrer
toda a vida que em mim correu.
Que em ti ficou.
Que nos meus ossos implantou
o teu ser mais que o mundo
o meu ser mais que o mundo
o meu partir sem jeito
o teu ficar no peito meu.

Que a minha partida há-de ser dura
não tivesse eu este grande grito
no peito que é teu, do nosso menino
do tempo que me corre por entre os dedos das mãos
fechadas contra as tuas
sobre o mar
sobre a terra dos nossos olhos
onde um dia, de ti, escrevi
Eu tenho uma grande paixão que corre como um grito no meu peito.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Contudo, eu não gosto lá muito de comer.
Tenho fases. Encho-me depressa.
Como apenas porque tenho de.

Já do amarelo não diria o mesmo.

Choco Cris

Falando ordinariamente, estava sentada lá fora a comer o meu leite-com-choco-krispies-da-marca-continente e lembrei-me da crítica que costumam fazer/fizeram à minha forma de comer. O que dizem é verdade, já me apercebi disso mas fiquei a pensar se é possível criar uma analogia entre a forma de comer de cada pessoa e a forma de lidar com a vida. Quero dizer, se isso reflecte algo do seu carácter, se é um reflexo da maneira de estar no mundo.
O que dizem de mim, é que meto uma garfada/colherada/mãozada de comida à boca e mastigo dois segundos e já estou a meter outra e ainda não engoli e meto outra e outra até que fico com a boca muito cheia e paro para mastigar tudo e engolir. Depois de engolido, lá vai do mesmo. Em geral, como relativamente rápido. Sim, porque há determinadas pessoas que demoram mais de o dobro do tempo, o que me leva a crer que sou relativamente rápida ou normal (velocidade média – não gosto de usar este adjectivo). Portanto, o que estou para aqui a tentar dizer ou a tentar perceber é se se pode verificar alguma relação entre as duas coisas que já referi. Possivelmente, se for minimamente comprovada esta teoria eispectacular, os factos virão um pouco forçados de algumas pessoas, mas adiante. Eu pensei: Eu meto, meto, meto e a seguir paro e mastigo tudo e engulo. Eu tenho, eu quero, eu quero mais, mais, mais e faço uma pausa para reflectir e seguir em frente. Mas eu quero sempre mais. Não era bem isto... Eu faço as coisas, muitas vezes, de forma totalmente espontânea e imediata. Atiro-me. Outra vez, outra vez. Quero fazer isto, aquilo, vou buscar aqueloutro até que paro. Penso, durmo, hiberno, abomino. Remedeio, termino. A seguir volto ao ataque e faço e faço e faço e paro e descanso e canso-me do descanso e quase morro e enfio a cabeça na sanita e finalmente engulo o que fui e penso Para a próxima,. Quero dizer, não sou uma pessoa normalmente ponderada e racional nos seus actos. Posso parecer, mas até chegar à racionalização dos actos... Bom, se calhar vão-me dizer o contrário ou algo totalmente diferente, mas.
Uma pessoa que coma normalmente com lentidão terá tendência para saber muito bem onde pisa? É que eu não costumo saber, mas lá tem calhado não pisar nenhum crocodilo. Estou a gozar, eu sei muito bem os crocodilos que piso.
Ainda preciso de responder a isso?
Oh céus, atem-me as mãos que ainda parto algum bocadinho, que ainda quebro o sentido se tiver que existir, a boca, que ainda ouço mal e pior falo, que a minha espera vai longa tão longa, eterna, humana
Soldado, chama ele, Soldado
e eu desnorteio os passos sobre si mesmos,
Ela já vai
pois vai e eu eu
Pois vai e eu ficar-me-ei a derreter sobre este chão com a sua presença guardada nas mãos, das suas mãos que me cortam o mundo aos pedaços, que nas minhas me fica ela mais a saia e o peito e os cabelos interrompidos a meio do pescoço
aquele pescoço que prende o sol àquele peito cama dor amor com olhos de verdade térrea e lábios cheios, densos fundos
É ela, diz ele
É ela, digo eu.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Buggin' you

De repente lembrei-me duma animação que preencheu de forma um pouco insana o início da minha adolescência.
E o que é mais curioso é que é uma cigarra e
ora bem, é sempre nestas fases pré-exames que me apetece fazer t-u-d-o menos o suposto.

http://beverlys.net/LJ/BuggingYou.swf


Pois é.
E o outro está mesmo vazio. Volta
vaziocheiotontoroto



e étãobomparaticomoéparamim
nervoso
Soldado mas...
Cale-se homem:
eu estou
apaixonado.

coisa

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Ela disse que ficava bem amarelo com cinzento. E que eu era o nascer do sol.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Derme adentro

Os dias passam a correr. Passam sempre, bem sei, ou quase, mas agora passam e nem lhes apanho o fio para me agarrar e correr com eles. Ela passa, breve ligeira mas funda, passa pelo tempo que nos encontra e deixa-se, quase somente. Deixa-se em mim que nem tempo tenho eu para lhe procurar nada, descobrir, descortinar mesmo o que já me pertence. Palavras e dois gestos, três beijos e um choro que me corroeu naquele dia por dentro das dermes, que corrói ainda: arrebata-me o peito e eu silencio na esperança que ela não repare que não pergunte que não me faça mostrar a fraqueza húmida mas morna, uterina, mulher. Engano a dor que me engana a mim. Faço de conta. Mas ela sabe na mesma como dói e lhe dói o mundo em choro e eu, criança, a saber como ela sabe.
Os dias passam a velocidades fractais e eu já não sei com que pé piso que passeio. Já não sei que eternidades se levam entre o pós ter-te e o ante ter-te que me parecem sempre dias inteiros em que mal te vejo e a saudade não morre. O nó parece travado cá dentro e ora se solta ora me mata a voz, os gestos. Ora me ficas ficas tão entranhada, tu e esta maldita saudade bendita, me ficais e eu nem uma baforada de renovação de ar liberto. Ficas entranhada como se te despejasses nas minhas mãos num peso bruto por não podermos percorrer o ar em suspiros e respiros fortes na leveza das horas. Horas essas que pararam ou que, não, afinal correram tão depressa que, não. Essas horas pararam quando os dias passaram a correr diante de mim. Já nem os vejo, já nem te vejo. A não ser cá dentro onde sempre te puxo para mim. Para dentro.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Re (com pressa na mesma)