terça-feira, 3 de novembro de 2009

três.beijo

Meu amor, meu amor,
quero dizer-te meu amor
ser-te teu amor
e despir-me para te ser amor

Meu amor, onde vais eu fico
onde ficas eu infinito
Nos teus olhos me prendes
até que a corda desengate
deste engate

Que o tempo não leve
te ficaria debaixo do peito
por mais que fosse a chuva
que me apunhalasse

E dentro dos meus olhos
corpo, terra, sono
te sonho tal que é o delírio
casa nua, fria onde durmo

Subo as escadas,
bicho intra-peito,
quanto mais subo mais caio
neste cansaço que verto

Da minha boca sai som
sem palavras que queira dizer
sai aquilo que esta pele
frágil me faz mexer

Quase deito lume
fogo brasa sangue dor
amor de um fumo
que o mundo me há-de comer

Mas como-o eu primeiro
ao amor que me avassala o gesto
seja no rosto ingrato de criança
que na inocência se fica perdido

Amor amor amor
de um segredo apurado
guardado fundo no mundo
que me tem visto acabado

Daqui parto
daqui matas
daqui amor
daqui sono perdido.

1 comentário:

  1. ( * )


    Amor amor amor
    de um segredo apurado
    guardado fundo no mundo
    que me tem visto acabado

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