sexta-feira, 24 de abril de 2009

Trança de nós

Dou-me um estalo. Os martírios do campo de batalha destronaram-me as capacidades racionais. Ou se calhar avivaram-mas de tal ponto que
O soldado senta-se na cama como quem procura saber para que serve tal objecto contentor. Emoções, respirações, ataques de choro, silêncios sofridos, catástrofes intestinais, pensamentos indecentes, projecções, procriação, chão. Trago o joelho pisado, não te mostro. Foi o amor que fez, tu sabes como é. A cama não chega, tu sabes como bato com ele no chão e que pouco ou nada me importa. Na verdade, gostas de pensar que tudo importa e tudo importa, mas nós sabemos como algumas coisas não interessam importar. O soldado sobe à figueira para colher do seu mel e ela fica olhando-o como se o comesse com os olhos num trago agridoce. Ácido, afinal é tão ácido. Diz-me quão ácido é enquanto mergulho nos teus olhos de terra lama húmidos, tão brilhantes. Enquanto me mato cá dentro onde não te deixo entrar te protejo. Fecha os olhos, fecha sempre os olhos, a boca, os sentidos quando os nós se entalam na garganta que te diz que vás quando quero que fiques quando me travam a respiração quando me parto te parto tu partes vais e eu fico quando querias também ficar quando

1 comentário:

  1. me vou à selva e te volto com as mãos de lua-terra que eu de noite não mais durmo.

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